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Caros Amigos,

O Círculo de Estudos Hazrat Inayat Khan oferece um curso seqüencial e independente, de estudos e contemplação. Este curso pode começar a qualquer momento, utilizando as lições arquivadas por ordem de publicação.

Que este estudo possa aprofundar sua vida interior e fortalecer sua vida exterior.

Servindo amorosamente,
Nuria Stephanie Sabato
Atividade da Fraternidade – Hemisfério Ocidental | Escola Interna - EUA

49. 0 Ideal de Deus (8)

Prayers in PortuguesePortuguese Translations from EnglishHazrat Inayat Khan Study Circle in English
Gatheka Religiosa
por Hazrat Inayat Khan

O motivo pelo qual a alma busca pelo Ideal Divino é que ela se sente insatisfeita com tudo o que fornece satisfação momentânea. Toda beleza e bondade e grandeza que o homem atribui a Deus são coisas que ela admira e procura ao longo da vida. Ela admira estas qualidades nos outros, e se esforça para desenvolvê-las em si mesma; e quando, no final das contas, ela percebe que tudo o que considera como belo, bom e grande perde logo aquela perfeição que é o motivo de sua busca, então ela olha para o céu e procura Aquele Único que manifesta essa verdadeira perfeição, que é Deus.

Aquele que não busca por Deus encontra, no final de sua jornada ilusória, o desapontamento. Ao longo de toda a caminhada ele não encontra a perfeição da beleza, bondade e grandeza na Terra, e nem acredita, ou espera, por encontrar tudo isso no Céu. Todo desapontamento, que é o resultado natural dessa vida ilusória, desaparece quando uma pessoa tenha atingido o Ideal Divino, pois o que se procura na vida encontra-se em Deus.

A questão agora é: toda beleza, bondade e grandeza, mesmo que pequenas e limitadas, podem ser encontradas na Terra, mas onde podem as mesmas ser encontradas nessa perfeição chamada Deus? Isso pode ser respondido da seguinte maneira: primeiramente é necessário se crer que há um Ser como Deus, em quem a bondade, a beleza e a grandeza são perfeitas. No início isso não passará de uma crença, mas com o tempo, se a fé for mantida com sinceridade, essa idéia se tornará como um ovo de fênix, do qual surgirá o pássaro mágico. É o nascimento de Deus, que é também o nascimento da alma. Toda alma busca pela felicidade e, após perseguir todo objeto que momentaneamente parece oferecer a felicidade, percebe que não dá pra encontrar essa felicidade perfeita, a não ser em Deus. Essa felicidade não vem da mera crença em Deus. Acreditar é um processo, pelo qual o Deus interno é despertado e passa a se manifestar.

É da manifestação de Deus que vem a felicidade. Quando se vê a injustiça, a falsidade, a inimizade da natureza humana, e a que grau esta natureza chega até que culmine em tirania, da qual o indivíduo, o todos mais, se tornam vítimas, conclui-se haver uma única Fonte, e que é o centro de toda a vida, que é Deus, em quem encontramos um refúgio seguro contra todo aquele mal, e a fonte da paz que é o desejo de toda alma.


Reflexões diárias nos seguintes pontos da Gatheka 49

Ponto Um: “Aquele que não busca por Deus encontra, no final de sua jornada ilusória, o desapontamento”.

Contemplação: É a nossa busca que faz de Deus uma Realidade

Ponto Dois: “Todo desapontamento, que é o resultado natural dessa vida ilusória, desaparece quando uma pessoa tenha atingido o Ideal Divino, pois o que se procura na vida encontra-se em Deus.”

Contemplação: Nós compreendemos este nível de amor que é ativado a partir da indiferença, ou nossas expectativas nos levam ao desapontamento?

Ponto Três: “É na experiência de Deus que encontramos a felicidade. Essa felicidade não vem da mera crença em Deus. Acreditar é um processo, pelo qual o Deus interno é despertado e passa a se manifestar.”

Contemplação: (de O Gayan, Hazrat Inayat Khan) “A verdadeira espiritualidade não é uma crença ou fé fixada; é o enobrecimento da alma ao superar os limites da vida material.”

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48. O Ideal de Deus (7)

Prayers in PortuguesePortuguese Translations from EnglishHazrat Inayat Khan Study Circle in English
Gatheka Religiosa
por Hazrat Inayat Khan

Deus é chamado Rei do Céu e da Terra, e dos seres visíveis e invisíveis, somente porque não temos melhores termos do que as palavras que utilizamos para todas as coisas deste mundo. Chamar a Deus de Rei não o eleva de modo algum além da posição que ele já tem, isso só nos ajuda a tornarmos seu poder e glória mais compreensíveis para nossa mente. Ainda assim existem certas características, que são características reais, que podem ser observadas na perfeição de Deus. Isso não quer dizer que nenhuma pessoa apresente tais características. Isso somente significa que, de uma posição superior, uma alma mostre mais aquela característica, talvez, do que em uma situação comum. E essa característica é o amor oculto por trás da indiferença. Em termos Sufis essa característica é expressa em uma palavra persa, Binayaz, que significa oculto. Não significa Deus oculto, mas beleza oculta. O amor expresso é uma coisa, e o amor oculto é outra. Sob o véu da indiferença, o amor é frequentemente oculto e os poetas Sufis o têm apresentado lindamente em seus versos, que nada são além de figurações da vida humana e da natureza.

Há exemplos, nas histórias dos reis, que mostram essa característica. Às vezes uma pessoa que foi a mais favorecida pelo rei é impedida de tornar-se o primeiro ministro. Isso não significa que esse não fosse o desejo do rei, só quer dizer que o rei levou mais em consideração a simpatia e a admiração do que a importância de um cargo na corte. Em outros aspectos vê-se que se o rei não se dirige com frequência a uma pessoa, não significa que ele a esteja desfavorecendo, só significa que ele sabia que essa pessoa o compreenderia. Há também exemplos em que a paciência dos santos e sábios é testada até os últimos limites. A dor e o sofrimento foram maiores para eles do que para pessoas comuns. Existem muitas razões por trás da indiferença.

Podemos observar o outro lado da realeza: que aqueles com os quais, às vezes, o rei pouco se importou foram graciosamente recebidos e amplamente recompensados. A mente comum não consegue conceber a razão por trás disso. Quem sabe de seus próprios assuntos é o rei, ele entende corretamente, como um jardineiro que sabe qual planta regar e qual árvore deve manter-se fora do jardim. Apesar de toda oposição em relação às atitudes dos reis, eles mantiveram suas decisões, conscientes de seu dever.

Do mesmo modo acontece com Deus.

Mas, reis à parte, até as maneiras e métodos de uma pessoa responsável, não são sempre compreendidos por uma outra que tenha a mesma responsabilidade. Então como pode o homem sempre compreender os métodos de Deus, o único Rei, no verdadeiro sentido da palavra, perante o qual todos os outros reis não passam de meras cópias imperfeitas? Este é o reinado de Deus, que se manifesta no desabrochar de toda alma. Quando uma alma atinge seu esplendor, começa a mostrar a cor e emanar a fragrância do Divino Espírito de Deus.


Reflexões diárias nos seguintes pontos da Gatheka Religiosa 48

Ponto Um: “... o amor oculto por trás da indiferença. Em termos Sufis essa característica é expressa em uma palavra persa, Binayaz, que significa oculto. Não significa Deus oculto, mas beleza oculta. O amor expresso é uma coisas, e o amor oculto é outra. Sob o véu da indiferença, o amor é frequentemente oculto e os poetas Sufis o têm apresentado lindamente em seus versos, que nada são além de figurações da vida humana e da natureza”.

Contemplação: Para compreendermos as palavras do Murshid, devemos nos elevar acima da compreensão comum a respeito de “amor” e “indiferença”.

(O excerto abaixo é da Mensagem Sufi, volume I – O caminho da iluminação, A meta da jornada.)
O trabalho da vida interior é fazer de Deus uma realidade, pois Deus tem sido mais uma imaginação; que este relacionamento que temos com Deus possa tornar-se mais real do que qualquer outra relação no mundo; e quando isso acontece, então todos os relacionamentos, embora próximos e queridos, tornam se menos intensos. Mas, ao mesmo tempo, ninguém se torna frio; torna-se na verdade mais amoroso. A pessoa que ama Deus, que estabeleceu um relacionamento com Deus, tem seu amor vivificado.


Ponto Dois: “Há exemplos, nas histórias dos reis, que mostram essa característica. Às vezes uma pessoa que foi a mais favorecida pelo rei é impedida de tornar-se o primeiro ministro. Isso não significa que esse não fosse o desejo do rei, só quer dizer que o rei levou mais em consideração a simpatia e a admiração do que a importância de um cargo na corte. Em outros aspectos vê-se que se o rei não se dirige com frequência a uma pessoa, não significa que ele a esteja desfavorecendo, só significa que ele sabia que essa pessoa o compreenderia”.

Contemplação: Nós compreendemos esse nível de amor que se expressa através da indiferença, ou nossas expectativas nos levam ao desapontamento?

Ponto Três: “Quando uma alma atinge seu esplendor, começa a mostrar a cor e emanar a fragrância do Divino Espírito de Deus.

Contemplação: Quando uma alma atinge seu esplendor, começa a mostrar a cor e emanar a fragrância do Divino Espírito de Deus.”

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47. O Ideal de Deus (6)

Prayers in PortuguesePortuguese Translations from EnglishHazrat Inayat Khan Study Circle in English
Gatheka Religiosa
por Hazrat Inayat Khan

Por que Deus é chamado de criador? Porque a criação, em si mesma, é a evidência de uma operação inteligente. Nenhuma criação mecânica poderia resultar em uma perfeição tal qual se mostra na natureza. Todas as máquinas dos cientistas são projetadas a partir do modelo do mecanismo da natureza, e toda inspiração que chega ao artista vem da natureza. A Natureza é realmente tão perfeita em si mesma que não necessita de nenhum aprimoramento artístico ou científico, exceto aqueles que se prestam a satisfazer a sofreguidão agressiva e limitante do homem. E, ainda assim, permanece sendo a criação de Deus, manifestada na arte e na ciência através do homem, já que no homem Deus não está ausente, mas, de certo modo, mais capaz ainda de concluir Sua criação, que se manifesta pela intermediação humana. Para um sincero buscador do Deus Criador não são necessárias maiores evidências. Se ele simplesmente concentrar sua atenção na natureza, cedo ou tarde certamente terá uma revelação da perfeita sabedoria que ali se oculta. A alma que vem ao mundo nada mais é que um raio divino. A impressão que ela adquire em seu caminho para a Terra também vem de Deus.

Nenhum instante é possível sem a regência de Deus. Portanto, em todo aspecto da criação, e ao final de toda busca e observação, Deus é consagrado como o único criador.

O Sustentador do Mundo é um dos Seus nomes. Jesus Cristo disse: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer um deles”. E Rumi explica ainda, no Masnavi: “Nem a aranha é esquecida por Deus, mas é suprida com alimento”. Até os menores dos micróbios e vermes, insignificantes que são, recebem esse suprimento; mais ainda que o próprio homem que, por vezes, não é capaz de sustentar a si mesmo. Aparentemente, as criaturas que não se afligem pelo próprio sustento, tem o alimento levado à boca. A luta do homem pela sobrevivência parece ser mais intensa do que a de outros seres considerados menores na criação.

Mas o que faz com que as coisas sejam assim? Não é Deus, mas o próprio homem, que é egoísta e infiel ao seu irmão, absorto em seus próprios interesses da vida. Apesar de todos os famintos, o mundo ainda tem alimento suficiente; mas imagine a quantidade de alimentos que tem sido jogada ao mar; há quantos anos a Terra, de onde vem nosso alimento, tem sido negligenciada pelos homens, ocupados que estão em matarem uns aos outros! Se o resultado disso tudo é mais fome e luta, Deus será o culpado? É ao homem que devemos atribuir toda culpa. Sa’di, muito sutilmente, explica a natureza humana em relação à Providência -: ‘O Criador está sempre ocupado preparando a comida para mim, mas a ansiedade por comê-la é minha doença.’ A Vida é um fenômeno de tal amplitude que, basta nos aprofundarmos nela, e não haverá pergunta sem resposta. Não há nada do que necessitemos que não nos seja provido. A única diferença está entre aquilo que pensamos necessitar, e o que realmente necessitamos. Pois o suprimento é sempre maior que nossa necessidade. Portanto, a Providência é sempre um fenômeno notável. Às vezes rimos ao pensar nisso, e às vezes choramos. Mas é algo real e atuante; e mais real provará ser se olhamos a ela com a visão de nossa razão.

Deus é chamado de Juiz por muitos profetas. E o homem da razão e da lógica tenta atribuir sua justiça à lei. Mas justiça não é lei, a justiça está acima da lei. Frequentemente consideramos injustas as coisas do mundo, e muitas vezes o homem aparenta ser justo, ao fazer o que quer se tiver poder para tal. Mas atrás dessa aparência ilusória existe certamente uma justiça limitada e uma lei real. Essa lei se manifesta no exato instante em que o coração se torna vivo. Não deixamos de nos maravilhar perante a vida e a natureza, ao vermos quão imensa é a justiça de Deus, que diz: dê com a mão direita e receba com a esquerda – todos dão e todos recebem. E nenhuma alma há de esperar por dias, ou semanas, ou anos, ou até a morte para viver a manifestação da lei. Todo dia é um Dia do Juízo Final, e toda hora é a hora da justiça. Um criminoso pode escapar das grades da prisão, mas não pode se furtar de permanecer sob o céu! O Juiz está lá, de um modo ou de outro. Quando ele fecha seus olhos, está sendo julgado internamente, e quando abre os olhos, o julgamento vem de fora. Estamos constantemente em uma corte de justiça. Se não compreendemos este fato é porque estamos intoxicados pela vida e nos tornamos como um bêbado na sala de audiência, que não percebe o juiz nem o processo.

Mas há algo ainda mais admirável quando compreendemos que, apesar de Sua grande justiça, Deus é O Misericordioso. Ele perdoa muito mais do que julga. Pois a justiça vem de Sua inteligência, mas o perdão vem de seu Divino Amor. Quando seu Divino Amor chega como uma onda, ele lava os pecados de toda uma vida em um só instante. Porque a lei não tem poder de sustentação perante o amor, a onda do amor a leva embora. Lembremos quando a mulher adúltera foi trazida perante Cristo. O que se manifestou no coração do mestre? A lei? Não, foi o amor, na forma de misericórdia e compaixão. Até mesmo a idéia do Amor de Deus preenche o coração com alegria e o incendeia de luz. E, como os religiosos sempre dizem, uma vez que alguém peça perdão de todo coração, apesar de uma vida cheia de pecados, ele certamente será perdoado.


Reflexões diárias nos seguintes pontos do Gatheka Religiosa 47:

Ponto Um: “Para um sincero buscador do Deus Criador, não são necessárias maiores evidências. Se ele simplesmente concentrar sua atenção na natureza, cedo ou tarde ele certamente terá uma revelação da perfeita sabedoria que ali se oculta.”

Contemplação: Pensamento Sufi 3 :”Há somente Um Livro Sagrado, o sagrado manuscrito da natureza, a única escritura que pode iluminar o leitor”
Em nossa vida contemporânea somos frequentemente alienados e distantes da natureza. Vamos determinar um pequeno intervalo, todo dia, para nos sintonizarmos com a natureza.

Ponto Dois: O Sustentador do Mundo é um dos Seus nomes. Jesus Cristo disse: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”. -: ‘O Criador está sempre ocupado preparando a comida para mim, mas a ansiedade por comê-la é minha doença.’(Saadi) A Vida é um fenômeno de tal amplitude que basta nos aprofundarmos nela que não haverá pergunta sem resposta. Não há nada do que necessitemos que não nos seja provido. A única diferença está entre aquilo que pensamos necessitar, e o que realmente necessitamos.

Contemplação: Da Bíblia Sagrada, em O Novo Testamento.

“Peça e receberá, pois todo aquele que pede recebe” (Mt 7:7-8).

“Tudo o que pedires em meu nome, eu concederei” (Jn 14:13).

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para gastá-lo em suas paixões” (Ja 4:3).

“Se vós permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito para você” (Jn 15:7).

Ponto Três: “Não deixamos de nos maravilhar perante a vida e a natureza, ao vermos quão imensa é a justiça de Deus, que diz: dê com a mão direita e receba com a esquerda – todos dão e todos recebem. E nenhuma alma há de esperar por dias, ou semanas, ou anos, ou até a morte para viver a manifestação da lei. Todo dia é um Dia do Juízo Final, e toda hora é a hora da justiça.”

“Quando seu Divino Amor vem como uma onda, ele lava os pecados de toda uma vida em um só instante. Por que a lei não tem poder de sustentação perante o amor, a onda do amor a leva embora.”


Contemplação: Eu me regozijo na purificante Presença de Deus.

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46. O Ideal de Deus (5)

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Gatheka Religiosa
por Hazrat Inayat Khan

O Ser e o Mérito de Deus

Em termos sufis a individualidade de Deus é chamada Zat, e suas qualidades, seus méritos são nomeados Sifat. Os hindus chamam o primeiro aspecto de Deus Purusha, e Prakriti o último, que podem ser traduzidos em português pelas palavras “espírito” e “natureza”.

Zat, o espírito de Deus, é incompreensível. A razão disso é que o que compreende a si mesma é a inteligência. Deus é o Ser real, então a compreensão não tem nada a compreender sobre seu próprio Ser.

Sem dúvida, em nossos termos usuais é a faculdade de compreender, em nós, que chamamos de compreensão, mas nesta afirmação não se entende assim, pois a inteligência não é necessariamente intelecto.

Mérito é algo que é compreensível, é algo que é claro e distinto, então ele pode se tornar inteligível. Mas a inteligência não é inteligível, exceto para si mesma. Inteligência sabe: eu sou, mas não sei o que sou. Tal é a natureza de Deus.

A inteligência não saberia algo além de si mesma. Assim, Deus conhece a Si mesmo pela manifestação. A manifestação é o ser de Deus, mas um eu que é limitado, um ser que faz com que Ele saiba que Ele é perfeito quando compara seu próprio ser com este ser limitado, que chamamos de natureza. Portanto, o propósito de toda a Criação é a percepção de que o próprio Deus ganha, por descobrir a sua própria perfeição através desta manifestação.

Então a idéia que tem existido no cristianismo também é um enigma a resolver, a fim de descobrir a verdade da vida. É a idéia de Trindade. O que mantém a alma em perplexidade é o aspecto tríplice de manifestação. Enquanto a alma conserva o enigma não se pode chegar ao conhecimento do Uno. Estes três aspectos são: O vidente, a visão e o que é visto. O conhecedor, o conhecimento, e o que é conhecido. Claramente explicado, eu diria: "Estes são três aspectos da vida".

Um aspecto é a pessoa que vê, o outro aspecto é a visão, ou os olhos, com a ajuda dos quais ela vê, e o terceiro aspecto é que o que ela vê. Um, portanto, não pode aceitar prontamente a idéia de que: “o que eu vejo é o mesmo que a mim mesmo”; nem pode acreditar por um momento que "o meio pelo qual eu vejo sou eu mesmo", pois os três aspectos acima citados parecem estar de pé, separados, e olhando um para a face do outro, como a primeira, a segunda e a terceira pessoa da Brahma.

Quando esse enigma é resolvido por se saber que os três são um, então o propósito do Ideal divino é cumprido. Pois os três véus que cobrem o Uno são erguidos. Portanto, eles não permanecem mais três, então só há o Uno, o Ùnico Ser.

Como Hegel diz: "Se você acredita em um Deus, você está certo. Se você acredita em dois Deuses, isso é verdade, mas se você acredita em três Deuses, está certo também, pois a natureza da unidade é realizada pela variedade ".


Reflexões diárias sobre os seguintes pontos na Gatheka Religiosa 46

 

Ponto Um: Em termos sufis a individualidade de Deus é chamado Zat, e suas qualidades, seus méritos são nomeados Sifat.

Contemplação: Podemos usar a teoria científica do "Big Bang" e, por uma analogia comparativa, esclarecer este ponto. Zat é como a singularidade da qual todas as qualidades manifesto (Sifat) surgiram.

Ponto Dois: "O objetivo de toda a Criação é a percepção de que o próprio Deus ganha por descobrir a sua própria perfeição através desta manifestação".

Contemplação: Como parte da Criação estamos participando em Deus descobrindo "a sua própria perfeição."

Ponto Três: "A natureza da unidade é realizada pela variedade."

Contemplação: A natureza da unidade é realizada por diversos = Tudo é Deus!

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45. O Ideal de Deus (4)

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Gatheka Religiosa
por Hazrat Inayat Khan

Frequentemente muitos dos que estão preparados para aceitar o Ideal Divino - a questão da personalidade de Deus - dizem: “Se tudo é Deus, então Deus não é uma pessoa, porque ‘tudo’ não é pessoal, ‘tudo’ é o que se expressa pela palavra ‘tudo’.

Esta questão pode ser respondida ao considerarmos que, embora a semente não mostre a flor em si, ainda assim a semente culmina em uma flor e, portanto, a flor já existia na semente. E se alguém diz que a flor foi feita a partir da imagem da semente, não seria incorreto, pois a única imagem na semente é a flor. Se Deus não tem uma personalidade, como pode o ser humano ter uma? A qual veio dele mesmo, a partir de Seu Próprio Ser, e que pode expressar o divino na perfeição de sua alma? Se a bolha é água, certamente o mar também é água. Como pode a bolha ser água e o mar não ser? A única diferença entre a personalidade humana e a divina - a Personalidade de Deus - é que a humana pode ser comparada, e a divina não tem comparação. A personalidade humana pode ser comparada por causa de seu oposto. Deus não tem oposto, então Sua Personalidade não pode ser comparada. Chamar a Deus de “tudo” é como dizer: uma quantidade de objetos que existem todos juntos em algum lugar. A palavra “tudo” não tem o sentido que explique o Ideal Divino; a expressão perfeita para Deus é “o Único Ser”.

O Ideal Divino é tão abrangente que o homem é incapaz de compreendê-lo completamente. Portanto, o melhor método que os sábios têm adotado é deixar com que cada homem faça seu próprio Deus. Desse modo ele faz a única concepção de que seja capaz. Ele O faz “Rei do Céu e da Terra”, ele O faz “Juiz dos juízes”; ele O faz “Todo Poderoso”, ele O faz “Possuidor de todas as graças e glória que existem”; ele O faz “Deus Amado, Misericordioso e Compassivo”; e reconhece n’Ele toda a perfeição. Esse ideal torna-se o degrau para uma maior compreensão de Deus. O homem que não tem imaginação para construir um Deus, e aquele que não está aberto à figura de Deus que outro lhe apresente, fica sem nenhuma, e fica também sem um degrau que o faça alcançar aquele conhecimento pelo qual sua alma anseia, mas suas dúvidas negam.

Muitos poderiam perguntar se não seria ilusório alguém fazer um Deus a partir de sua própria imaginação. Alguém que não seja visto no mundo objetivo. A resposta é que nós somos as sementes da imaginação, toda nossa vida é baseada e construída na imaginação e de tudo o que há neste mundo objetivo, se colocados juntos, haverá somente uma coisa que transcende a vida, que é a imaginação. Aquele que não valoriza a imaginação está privado da arte e da poesia, da música, costumes e cultura. Poderia até ser comparado a uma rocha, que nunca se importará em imaginar.

O homem não é capaz de figurar Deus de outro modo que não seja em forma humana – uma pessoa com todas as melhores qualidades, a pessoa ideal. Isso não significa que tudo o que seja feio e mal não pertença ao universo de Deus, ou, em outras palavras, não seja Deus em si. Mas a água do oceano é sempre pura, a despeito de tudo o que possa ser atirado nela. O Puro consome toda impureza e as torna puras também. Maldade e feiúra vêm da concepção limitada do homem, pois no Grande Ser de Deus elas não têm existência. Portanto, não está errado aquele que faz em sua imaginação um Deus de beleza, livre de toda feiúra; o Deus de todas as melhores qualidades, livre de todo mal. Através dessa imaginação ele é levado cada vez mais perto - em cada momento de sua vida - àquele Ideal Divino que é a busca da alma. E uma vez que ele tenha tocado a perfeição divina, nela encontrará a completude de sua vida.


Reflexões diárias nos seguintes pontos em Gatheka Religiosa 45

Ponto Um: Pir-o-Murshid Hazrat Inayat Khan, na palestra, diz: Frequentemente muitos dos que estão preparados para aceitar o Ideal Divino - a questão da personalidade de Deus - dizem: “se tudo é Deus, então Deus não é uma pessoa, porque ‘tudo’ não é pessoal, ‘tudo’ é o que se expressa pela palavra ‘tudo’. Esta questão pode ser respondida, que embora a semente não mostre a flor em si, ainda assim a semente culmina em uma flor e, portanto, a flor já existia na semente. E se alguém diz que a flor foi feita a a partir da imagem da semente, não seria incorreto, pois a única imagem da semente é a flor.
Contemplação: Nós reconhecemos a nós mesmos como “sementes de Deus’? “Até que em nós se reflita Tua Graça, Tua Glória, Tua Sabedoria, Tua Alegria e Tua Paz” (da prece Saum)

Ponto Dois: Pir-o-Murshid Hazrat Inayat Khan, na palestra, diz: O Ideal Divino é tão abrangente que o homem é incapaz de compreendê-lo completamente. Portanto, o melhor método que os sábios têm adotado é deixar com que cada homem faça seu próprio Deus.
Contemplação: “ Permita-nos reconhecê-Lo em todos Teus nomes e formas sagradas: como Rama, como Krishna, como Shiva, como Buddha. Deixe-nos reconhecê-Lo em Abraão, em Salomão, em Zarathushtra, em Moisés, em Jesus, em Maomé, e em muitos outros nomes e formas, conhecidos e desconhecidos do mundo.”(da prece Salat)

Ponto Três: Pir-o-Murshid Hazrat Inayat Khan, na palestra, diz: O Puro consome toda impureza e as torna puras também. Maldade e feiúra vêm da concepção limitada do homem, pois no Grande Ser de Deus elas não têm existência.
Contemplação: Podemos encontrar um grande apoio e segurança em relembrar constantemente: ”O Puro consome toda impureza e as torna puras também”. Talvez também seja sábio considerar que pode haver uma diferença entre o tempo humano e o divino. A esse respeito tanto a fé quanto a paciência são boas companhias.

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44. O Ideal de Deus (3)

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Gatheka Religiosa
por Hazrat Inayat Khan

A concepção de muitos deuses veio de duas fontes. Uma delas foi a idéia do sábio considerar todo o tipo de poder e atributo uma forma de divindade distinta, e chamá-la de um certo deus.

Isto foi feito para dar a mente comum o conceito de que Deus está em tudo e que Deus é a fonte de todo o poder. Com o passar do tempo, muitos não compreenderam a idéia, e seu fundamento ficou obscurecido. Portanto, alguns pensadores tiveram que combater as idéias de outros. E, ainda assim, eles não lutavam com a idéia, eles lutavam contra a concepção da mesma. E hoje em dia, quando não subsiste nenhuma idéia a respeito de muitos deuses na Europa, vemos muitos perderam a fé após a recente guerra, dizendo: "Se Deus é todo bondade, todo justiça, todo-poderoso, por que uma coisa tão terrível como a guerra foi autorizada a acontecer? "Se as mesmas pessoas estivessem acostumados a ver entre elas seus muitos deuses, como os hindus têm adorado Kali, a deusa da guerra, por tantas gerações, isso não teria sido uma coisa nova para eles pois, se tudo é Deus, não só a paz, mas até mesmo a guerra vem de Deus.

Os místicos de todas as eras têm, portanto, dado muitos Nomes a Deus. As escolas Sufis de tradição esotérica têm os seus diferentes nomes de Deus, com suas naturezas e segredos, e os têm usado em diversas meditações, ao longo do caminho de realização espiritual. Portanto, os Sufis não têm muitos deuses, mas muitos nomes para Deus, cada um expressando um certo atributo. Suponha que esses nomes que os sufis têm usado não fossem os nomes de Deus, - se eles tivessem apenas criado em palavras o pensamento, tais como: a misericórdia, a compaixão, paciência, - que teriam sido qualidades, e não uma pessoa. Qualidade não é uma entidade criada, é apenas algo que é possuído. Portanto, atributos não são importantes, o importante é o possuidor dos atributos. Então, em vez de pensar no sucesso, os Sufis clamam ao “Deus de Sucesso”. Para eles, o Deus do sucesso não é um Deus diferente, pois há um só Deus. Apenas chamando Deus com esse nome, que é expressivo do sucesso que lhe é atribuído, a sua alma atinge o Espírito perfeito do Sucesso.

A outra fonte de onde veio a idéia de muitos deuses foram os pensadores profundos e os filósofos, que têm visto Deus em cada alma e cada alma tornando-se um Deus próprio, de acordo com seu estágio de evolução. Portanto, há um ditado entre os hindus: "Existem tantos deuses quanto os estilos musicais". Em outras palavras, existem inúmeras imaginações e deuses inumeráveis. E, se alguma vez a idéia foi ensinada ao povo, era para quebrar a ignorância de algumas pessoas, que fizeram um Deus confinado ao Céu, e mantiveram a Terra livre de sua presença divina. Eles esperavam a morte chegar, quando achavam que poderiam ser levados à presença de Deus, que estaria sentado em seu trono de justiça, no futuro. Por isso eles tentaram mostrar ao povo que Deus está em toda a alma, e, assim como há muitas almas, existem muitos deuses; alguns avançados, alguns não avançados, outros mais evoluídos e ainda assim todos são deuses. Se há uma luta, é um conflito entre os deuses; se houver harmonia, mostra uma amizade entre os deuses. Por estes termos queriam despertar o homem para a verdade mais importante de que Deus é tudo. Sem dúvida, aqueles que não compreendem sempre confundirão.

Esta idéia trouxe corrupção também, e fez as pessoas que consideravam muitos deuses interessarem-se nas lendas do passado, que narravam as guerras e batalhas que tiveram lugar entre os deuses.

Portanto, o sábio teve novamente que vir em socorro e ensiná-los de novo a respeito de um único Deus, para que por este ensinamento eles possam chegar novamente à compreensão da unicidade da vida, que é melhor compreendido através do Ideal Divino.


Reflexões diárias sobre os seguintes pontos em Gatheka Religiosa 44

Ponto Um: Pir-o-Murshid Hazrat Inayat Khan, na palestra, diz: A concepção de muitos deuses veio de duas fontes. Uma delas foi a idéia do sábio considerar todo o tipo de poder e atributo em uma forma de divindade, e chamá-lo de um certo deus. A outra fonte de onde veio a idéia de muitos deuses foram os pensadores profundos e filósofos, que têm visto a Deus em cada alma e cada alma tornando-se um Deus próprio, de acordo com seu estágio de evolução.
Contemplação: “Permita que Te reconheçamos em todos Teus Nomes e Formas Sagradas.” (da prece Salat)

Ponto Dois: Pir-o-Murshid Hazrat Inayat Khan, na palestra, diz: Isto foi feito para dar a mente comum o conceito de que Deus está em tudo e que Deus é a fonte de todo o poder. Com o passar do tempo, muitos não compreenderam a idéia, e seu fundamento ficou obscurecido. Portanto, alguns pensadores tiveram que combater as idéias de outros. E ainda assim eles não lutavam com a idéia, eles lutavam com a concepção da mesma.
Contemplação: "Quebre seus ideais sobre a rocha da verdade." (Vadan, Hazrat Inayat Khan)

Ponto Três: Pir-o-Murshid Hazrat Inayat Khan, na palestra, diz: Os místicos de todas as idades têm, portanto, dado muitos Nomes a Deus. As escolas Sufis de tradição esotérica têm os seus diferentes nomes de Deus, com suas naturezas e segredos, e os têm usado em diversas meditações, ao longo do caminho de realização espiritual. Portanto, os Sufis não têm muitos deuses, mas muitos nomes para Deus, cada um expressando um certo atributo.
Contemplação: "O objetivo do místico é manter-se conectado com a idéia de unidade, para compreender onde nos unimos." (Tijela de Saki, 24 de abril, de Hazrat Inayat Khan).

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